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É na forma de uma aventura em seis episódios (e em tantos países) que a série Hitman faz seu grande retorno este mês. Ela aproveita a oportunidade, de passagem, para esclarecer seu tratamento do Código 47, seu assassino implacável, antes tentado pelo heroísmo tradicional. Para entender o que aconteceu, um desvio para Charles Bronson é essencial …
Esqueça os dois filmes de ação de Hollywood que adaptaram oficialmente o videogame Hitman: esses produtos impessoais (Hitman, Xavier Gens, 2007; Hitman: Agent 47, Aleksander Bach, 2015) foram cada conteúdo para enxertar as poucas pistas identificáveis ​​da licença ( crânio careca do herói, código de barras na nuca, gravata vermelha e seringa de veneno) na tela clichê do blockbuster, diluindo o Código 47 em uma fórmula que não combinava com ele. Se fosse necessário encontrar um único longa-metragem que capturasse - antes de seu tempo - o espírito do personagem, seria sem dúvida O Pistoleiro (O Mecânico, 1972) de Michael Winner com Charles Bronson, mal refeito em 2011 com Jason Statham.
No filme original, Bronson interpreta Arthur Bishop, um assassino da máfia especializado em assassinatos disfarçados de acidentes. Pacientemente, ele estuda os hábitos de suas futuras vítimas (espalhando todos os documentos do arquivo na parede para melhor absorvê-los) e monta estratagemas maquiavélicos.

Assim, na longa sequência que abre o filme (quinze minutos sem diálogo), vemos como ele programa um vazamento de gás (usando um simples chiclete) em um quarto de hotel, então garante que o ocupante, ao retornar, adormece enquanto bebe o chá (trocou os sachês por soníferos). Postado no prédio em frente, nosso assassino só precisa mirar no fogão a gás sabotado com um rifle de atirador, explodindo o apartamento, sabendo que a bala nunca será encontrada. E quando os bombeiros vêm correndo, ele desaparece na noite, ninguém nem mesmo percebeu sua presença. Este cenário parece ter saído diretamente de uma missão Io Interactive, e a semelhança não termina aí.
Aos poucos, Arthur Bishop volta seus olhos para um jovem cujo pai ele matou, e em quem sente inclinações para o assassinato, a ponto de torná-lo seu parceiro. E é aí que entra o monólogo mais explícito do filme, quando o profissional expõe a sua filosofia da profissão: "Permite-te ficar longe de tudo e ser dono de ti". Para ele, este “trabalho” não difere daquele de mecânico - significado literal de Mecânico, o título original - ou seja, resolve um problema com tecnicismo, sem receios.

Mas por trás desse verniz de frieza esconde-se um problema mais ambivalente: Arthur Bishop faz tudo para parecer uma máquina - na versão francesa, "mecânico" é traduzido incorretamente como "mecânico" - ele tem a rigidez disso, eficiência, o modo de vida desumanizado (até a sequência romântica que aos poucos vai se transformando em cena de sexo pago), indiferença ao sofrimento (pode ver uma mulher se suicidar sem piscar), mas ao mesmo tempo , ele se sente sozinho e quer transmitir algo. Ele precisa de um herdeiro, um filho espiritual.

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